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AI MEU CORAÇÃO.

A obstrução das artérias do coração é uma condição muito frequente, responsável por dores no peito (a chamada angina) e, quando a obstrução é mais importante, pelo infarto agudo do miocárdio (situação potencialmente grave em que ocorre morte de parte do músculo cardíaco). Os principais fatores de risco para desenvolvimento desta doença são o diabetes, a hipertensão, o tabagismo, as alterações do colesterol, a obesidade, o sedentarismo e a presença de história familiar. Indivíduos do sexo masculino e idosos também apresentam um risco aumentado de infarto. A obstrução das coronárias ocorre inicialmente por uma lesão na parede da artéria (comumente desencadeada por um ou mais fatores de risco) que leva à inflamação e ao acúmulo de colesterol, gerando placas. Essas placas podem romper e levar à formação de um coágulo, o qual interrompe subitamente o fluxo de sangue para o músculo do coração. Os sintomas típicos do infarto são dores no peito (em aperto ou queimação, mal localizadas e que podem acometer o pescoço, mandíbula, ombro esquerdo ou braço esquerdo) acompanhadas dos sintomas chamados “autonômicos” (suor frio, palidez, náuseas) e com duração prolongada (geralmente maior de 20 minutos)

Uma das apresentações mais temidas da doença arterial coronária é a chamada “morte súbita” e ocorre quando a primeira manifestação do infarto é a arritmia cardíaca (fibrilação ventricular) levando à perda da consciência. A grande maioria dos episódios ocorre fora do ambiente hospitalar e necessita de imediato atendimento (após 10 minutos sem reanimação, a mortalidade se aproxima de 90%). O diagnóstico do infarto é feito baseado na característica da dor, na presença de alterações no eletrocardiograma e na dosagem dos marcadores de lesão do músculo cardíaco (troponina e CKMB). Na suspeita de uma dor de origem cardíaca, a avaliação imediata por um médico e o rápido início do tratamento implicam em uma menor chance de apresentar complicações imediatas e futuras (como arritmias, insuficiência cardíaca e morte).

Além do tratamento medicamentoso (que dever ser individualizado) e do controle dos fatores de risco (controlar a pressão, o diabetes e parar de fumar, entre outros), o foco se encontra em devolver o fluxo de sangue para a área em sofrimento, procedimento chamado de revascularização. Esta revascularização pode ser cirúrgica com as tão conhecidas “pontes mamárias e safena”, estratégia que devolve o sangue às custas da colocação de um vaso à frente do local obstruído. Outra opção cada vez mais acessível com os novos materiais é a chamada angioplastia, a qual consiste em colocar um “stent” (dispositivo semelhante a uma mola) no local da obstrução através da artéria do braço ou da virilha, sem necessidade de cirurgia. A doença arterial coronária é silenciosa em suas fases iniciais e sua primeira manifestação pode ser uma condição grave. A busca por uma vida saudável, o conhecimento dos fatores de risco e a identificação das placas antes do surgimento dos sintomas poder mudar a evolução da doença.

Dr. Conrado Lelis Ceccon

Médico Cardiologista e Ecocardiografistaparceiro do SecoviMed –

Serviço Socialda Habitação de Uberlândia MG

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